O quarto, um lugar simples cheio de coisas importantes (ou não). Ultimamente meu quarto parece um cenário de guerra, bem pior que qualquer coisa que eu já tenha visto em filme de ação. Presumo que o quarto de muitas pessoas seja assim, resumindo, meu quarto tem uma cama, é claro, um guarda-roupa, uma cômoda, uma estante cheia de coisas, mas o que me preocupa mesmo, são as coisas estranhas que nele habitam, existem uma infinidade de seres estranhos vivendo em meu recinto de reflexão, disso eu posso garantir! 
  Acho que existem monstros em baixo da cama, um mundo paralelo dentro do guarda-roupa, universo estranho na minha estante. Meu quarto sempre foi algo muito importante para mim, nunca tive um só meu, como consequência nunca pude fazê-lo, vejamos, mais a minha cara. Mas querendo ou não, continua sendo meu lugar preferido da casa, não é grande, mas também não é pequeno, é um tanto mediano. Paredes verdes, piso azul com detalhes brancos, teto branco, etc. É um lugar aconchegante, eu particularmente adoro passar o dia deitado na cama olhando para o teto. Mas, é aí que está o problema, nem sempre minha cama tem espaço para mim. O que tem nela? Bom, almofadas enormes, travesseiros (também enormes), roupas, livros, fios de eletricidade, e comida! Acho que enquanto eu estou fora alguém mora ali, meus gatos talvez. 
É sempre uma luta na hora de dormir, não sei se jogo tudo no chão, ou se tento de alguma forma, encontrar um lugar no guarda-roupa (que por sinal, também é uma zona de guerra), ou se afasto tudo e me deito. Muitas vezes eu opto pela terceira opção. Meu cantinho preferido é onde fica a minha estante, bem de frente para cama, digamos que é o único lugar arrumado deste local. É um espaço onde não me canso de limpar e organizar. Sonho sempre em poder colocar enfeites, algumas imagens, quadros, por toda a extensão da parede e do teto, aproveitar cada pedacinho para deixar aquele lugar com a minha cara. 
Minha mãe vive brigando “Menino, arruma teu quarto, chega uma visita aqui, a pessoa  saí correndo pensando que tem o ogro dentro de casa”, algumas vezes eu obedeço, outras vezes (85% das vezes para ser exato), eu apenas ignoro. Eu gosto da minha bagunça, pois ela diz quem eu sou, ela me descreve e se prestar bem atenção pode ver dentro da minha cabeça, pois eu sou assim.

A desorganização em forma de pessoa. 


                                                          Christian Raphael

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